Morar nos EUA não é um mar de rosas, mas o ano de 2018 me fez entender o desejo de tantos brasileiros em se mudar para cá. Apesar de ser filha de brasileiros e ter vários parentes e amigos que continuam no Brasil, neste ano a descrença da população e o caos no cenário político e econômico me fizeram ver de perto que o desânimo não é “desculpa de rico para mudar de país”, como muitos insistem em dizer.
Por mais que essa busca por moradia nos EUA seja positiva para mim no âmbito profissional, me entristece saber que essa fuga em massa dos meus semi-conterrâneos se dê por motivos não tão positivos. A desesperança que atinge moradores de um país tão lindo e rico a ponto de fazer essas pessoas desistirem de tudo o que construíram e tentar a vida em um lugar estranho é desoladora!
E essa não é a primeira vez que presencio essa vinda de brasileiros para cá. Durante a ditadura, antes mesmo de eu nascer, meus próprios pais saíram do Brasil para fugir do regime opressor que tomava conta do país e em busca de qualidade de vida. Nos anos 80, durante a transição democrática, uma outra leva de brasileiros chegou à América. Essas ondas massivas de imigração foram pontuais em alguns períodos, e a atual situação me faz olhar para trás e ver que meus pais fizeram uma decisão acertada em vir para os EUA e criar a nossa família aqui. E se antes essas ondas me atingiam apenas em um nível pessoal, hoje em dia cada cliente que entra em contato comigo tentando sair do Brasil me faz enxergar a situação com empatia também na esfera profissional.
Diante de toda essa transição, escolho para 2019 a palavra “mudança”. Não apenas a mudança física de passar a viver em outro país, mas a mudança de vibração, a mudança de pensamento, a desconstrução de valores ultrapassados. Quem em 2019 todos nós possamos nos abrir para novas ideias e princípios – não importa se você mora no Brasil, nos EUA ou em qualquer outro lugar deste vasto mundo!
Que possamos todos nos mudar. Mudar para melhor. Que venha 2019… E para todos nós, um feliz ano novo!